O senador Ivo Cassol (PP-RO) fez um discurso de despedida no Plenário do Senado. Ele lembrou bandeiras defendidas ao longo dos últimos oito anos, agradeceu o apoio de familiares e assessores e anunciou uma proposta de emenda à Constituição para beneficiar policiais e bombeiros militares com formação superior.
Cassol destacou a luta pela aprovação do projeto que autoriza o uso da fosfoetanolamina sintética para o tratamento de pacientes com câncer. O texto foi sancionado em abril de 2016 pela então presidente Dilma Rousseff, mas teve a vigência suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a pedido da Associação Médica Brasileira.
— Existe um esquema podre dos laboratórios, da indústria farmacêutica e de alguns profissionais da saúde que vivem da desgraça alheia. O tratamento do câncer como existe hoje mutila e isola os pacientes dos amigos, da sociedade e da família. Qual cidadão não vai correr atrás de um tratamento alternativo? — disse Cassol.
Militares
O parlamentar anunciou que deve apresentar até o final do mandato uma proposta de emenda à Constituição para beneficiar militares com curso superior. Eles poderiam exercer fora dos quarteis as profissões em que sejam formados. A Constituição veda essa possibilidade.
— Estou pegando assinaturas dos colegas. Policiais e bombeiros militares que fazem concurso público e depois fazem um curso superior não podem atuar fora. Não podem fazer projetos para os outros porque a lei proíbe. Lá dentro do órgão público ele até pode atuar como engenheiro ou advogado, mas ganhado o mesmo que ganha como sargento — criticou.
Já em Rondônia, durante uma entrevista concedida à emissora Plansol 101,7 MHZ de Ji-Paraná, Cassol disse que está feliz com o trabalho apresentado e prestado ao longo dos noventa e seis meses que ficou no congresso nacional. Foram mais de dois mil e oitocentos dias, buscando recursos para Rondônia e defendendo interesses de toda a nação.
Cassol iniciou sua participação agradecendo todas as pessoas que oram por sua vida política, pessoal e empresarial. Respondendo a perguntas do radialista Moacir Rodrigues, disse que poderia ter feito muito mais por Rondônia, mas que infelizmente a vontade emperra na burocracia.
O senador também disse que é mais fácil trabalhar no executivo do que no legislativo. Segundo Cassol, ele tem um ‘dom’ natural que facilita o trabalho a frente do executivo.
O senador ainda destacou sua frustração em não conseguir a liberação da substância que trata o câncer – fosfoetanolamina – que será levada para os Estados Unidos e lá, vai ser registrada como suplementação alimentar. Cassol garantiu que Jaqueline Cassol (PP/RO), que foi eleita deputada federal nas ultimas eleições, vai dar continuidade na luta pela liberação da substância e com isto alcançar pessoas que tanto necessitam de tratamento. O senador fez críticas a sociedade médica que não contribuiu para que a ‘fosfo’ chegasse até estas pessoas.
Outra situação que Cassol disse não ter tido o sucesso almejado foi a duplicação da BR-364, única rodovia que liga os estados do Acre e Rondônia ao restante do país.
